Diferenças entre neve e chuva congelada
Recentemente, com a chegada de frentes frias ao sul do Brasil, diversas cidades da região começaram a registrar a queda de neve. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná apresentaram o fenômeno, que se forma a partir da combinação de diversos fatores climáticos. A neve pode ocorrer em diversas intensidades, que recebem nomes como nevasca – quando há uma tempestade de neve -, ou nevisco, quando há uma leve precipitação, uma espécie de “garoa de neve”. Contudo, há também o fenômeno conhecido como “chuva congelada”, que costuma enganar muitas pessoas por sua semelhança com a neve.
Para que a neve aconteça, não basta a ocorrência do frio na superfície. É necessário, também, que boa parte da atmosfera esteja fria, para que os cristais de gelo sejam formados ainda dentro das nuvens.
Semelhanças entre a neve e a chuva congelada
A confusão entre neve e chuva congelada é bastante justificável, pois ambas apresentam algumas características semelhantes.
Nos dois casos, ocorre o congelamento da água das chuvas, que cai sob o formato de flocos de gelo. Neste sentido, um fenômeno muito conhecido no Brasil são as chuvas de granizo. Neste caso, entretanto, o gelo se forma ainda nas nuvens, independente da temperatura climática. Por isso, o formato do granizo é bastante diferente da neve e da chuva congelada. Há também a confusão com a geada, mas esta se forma no chão, com o congelamento do orvalho.
Diferenças entre neve e chuva congelada
Apesar das semelhanças, há também diferenças entre neve e chuva congelada que permitem identificar claramente qual fenômeno está acontecendo. A principal diferença é a densidade dos flocos. A neve possui uma densidade menor do que a chuva e, por isso, seus flocos caem lentamente, sem muita direção definida. A chuva congelada, por sua vez, é composta por gotas de chuva normais, que acabam congelando durante sua trajetória. Por isso, as gotas possuem uma direção mais definida, como nas precipitações normais.
Outras diferenças
Outra diferença essencial pode ser percebida assim que a água chega ao solo. No caso da neve, os flocos se mantêm sólidos quando tocam o chão, causando o acúmulo. Isso não acontece com a chuva congelada, que volta ao estado líquido rapidamente, assim que entra em contato com o solo ou outras superfícies. A chuva congelada, portanto, não acumula no chão. De qualquer maneira, ambos os fenômenos são conhecidos por sua beleza. Algumas cidades do sul do Brasil chegam a receber turistas de outros estados do país, que viajam apenas pela expectativa de poder acompanhar a queda de neve no Brasil.
Registro de neve no Brasil
Embora seja um fenômeno raro no Brasil, a neve aparece com alguma frequência na região sul, especialmente em lugares como a Serra Gaúcha. Em 2011, por exemplo, foi registrada a ocorrência de neve na região nos dias 26 de junho e 2 e 3 de agosto. No ano anterior também houve neve em dois dias. Desde o ano 2000, o Rio Grande do Sul não teve nenhuma ocorrência de neve somente nos anos de 2003, 2006 e 2012.